quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Acabou.

Foram 4 anos e 7 meses. Não foi falta de amor ou o amor que acabou, não foi a rotina, não foram a quantidade de beijos que foram diminuindo. Não foi.

Eu nunca fui a mulher mais fácil do mundo pra se lidar, muito pelo ao contrário, creio eu, que te assustei, com essa decisão e pé firme que sempre tive. Eu odiava quando você dizia que eu era amor da sua vida ou que sem mim você não viveria, meu amor, vivemos sim, talvez por agora não tão bem como pensávamos e olha que já fazem dois meses que eu não deito ao seu lado e me aninho no teu abraço.

Brigamos, até você entender que eu não acredito nesse amor que todas as minhas aulas de literatura me ensinaram, Brigamos, até você entender que eu nunca sonhei com um casamento de princesa, na verdade eu sempre achei casamento uma perda de tempo e dinheiro mal gasto. Brigamos.

E quando tudo parecia encaixado, quando tirei meu colete a prova de balas, abri mão de metade das metas que sempre tive, abrindo espaço para as suas - ter filhos, um casamento dos sonhos e uma casa igual dos meus pais. Levei um tiro que dói em toda parte, menos no físico.

Cá estava eu, com a razão tomando conta de cada gota de sangue que percorre pelo meu corpo. Terminei. Eu disse que seria uma conversa rápida. Foram 10 minutos, não soltei uma lágrima sequer e então cada um seguiu seu caminho.

Eu nadei com todas as minhas forças e você ficou lá parado, sem reação, apesar das minhas tentativas frustradas de tentar te carregar comigo. Você se afogou, enquanto eu continuei e cheguei no meu destino. As diferenças chegaram e eu já não tinha alguém que pudesse me encher de orgulho. Descobri que preciso ser aluna, preciso de alguém lá na minha frente, mas você ficou parado, me vendo nadar e ultrapassando você. É horrível dizer isso, mas quem nasceu pra ser aluno, nunca vai querer ser professor. E eu não quero ser professora.

Tomei a decisão mais sábia da minha vida inteira, apesar do custo gigante para o coração.