quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jogar baralho, um livro e uma conversa.

Eu: Ganhei!
Pessoa: Viciada em jogos.
Eu: ...
Pessoa: Ah, pega livro da flora...
Eu: Pra quê?!
Pessoa: Procura pela poesia “Grafite”.
Eu: Pra quê?!
Pessoa: Porque eu lembro sempre de você quando leio... Ou melhor, nos seus relacionamentos, namoricos. Sei lá.
Eu: Ok... Irei ver...
Pessoa: Carrancuda. Mesmo você não sendo sentimental e não tocando no assunto amor e paixão eu me lembro de você...
Eu: Mas eu falo de amor e paixão. Sou carrancuda, porque é assim mesmo... E amor e paixão são perigosos.
Pessoa: Não são sentimentos lindos.
Eu: Ah, bobagem. Me deixa ler isso logo.
Pessoa: Talvez...

Grafite.
Não seremos marido e mulher,
nem mesmo amantes.
Que tal apenas namorados intermitentes,
docemente nos amando, itinerantes?
Trocaremos afagos, quando o dia adormecer,
na encruzilhada;
deixarei em você meus cheiros de mulher.
Lançaremos olhares disfarçados,
que certamente passarão despercebidos,
pois namorados são de Deus os protegidos.
Quando nossas mãos roçarem-se furtivas,
vão insinuar desejos abafados,
pelas regras da vida censurados,
mas que sãos flores no canteiro, sempre - vivas.
Ao nos encontrarmos pela tarde rua acima,
lá onde a mangueira domina a rotatória,
assinarei um verso sublimado
a grafitar nossa parede divisória.
(Flora Figueiredo)

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