segunda-feira, 28 de março de 2016

2804115


e-mail recebido: 3:00 am - 02.03.2016



Obs. Sei que só trocamos e-mails uma vez por mês, para conversar sobre como nossa vida (não) tem graça e nossos (des)amores.



Lembra quando eu trabalhava com você? Todos os dias de manhã, era você que me oferecia aquele café sem açúcar, começava o dia. Eu na mureta com a cara amarrada, estressado com o quarto cigarro acendido e você sentava do meu lado, falava sobre coisas que eu não entendo ainda (anos depois) e quando percebia meu desinteresse, ficava ali quieta, olhando para mesma direção que meus olhos: parede metade azul céu, metade azul celeste.



Acabava horário de almoço.



Trocou de mesa, sentava-se do meu lado e enquanto as teclas dos teclados faziam barulho, você me dava um universo de historias e eu ali, perdido no tempo, rendido (apaixonado, se preferir) a suas historias de amor, cada dia uma nova.




Final do expediente.



Pegava a chave do carro, acenava com a cabeça. Você sabia. Eu não sabia mais chegar em casa, sem antes passar pela cidade toda até te deixar em casa.




Quando me mudei para a cidade cinza, você me deu aquele chaveiro que não saia de dentro da gaveta. Hoje ele fica na porta solitária do meu apartamento lotado de saudade.



Quando resolver vir, sabe onde vai encontrar uma cama, o lado esquerdo continua sendo seu (como nas sextas feiras depois do expediente, entre as cervejas e certezas - arrependimento - que não era nada mais que uma noite, sem valor - menti).




Com saudade, amor e desejo,




Paulo.




Obs. Paulo tem outro nome, outro contexto, porém mesma essência, entre e relatórios mensais.

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