Mostrando postagens com marcador Os textos que eu mais gostei de escrever.. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Os textos que eu mais gostei de escrever.. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 17 de março de 2011

Coisas.

Tinha um navio, azul, cheio de luz, tinha o carro de corrida, tinha o pato amarelo que era grande, mas ao mesmo tempo dócil e fazia um som um tanto engraçado: "quack, quack!". E ao fundo uma risada gostosa, porém discreta e envergonhada.
O mar ora transparente ora de todas as cores, - Azul, amarelo, rosa, verde, laranja, roxo – bastava fechar os olhos...
E foi interrompido pelo sonoro grito de mãe, alertando que é hora de ir:
- Sai do chuveiro, menino!
Bastava isso para o navio, voltar a ser um barquinho de papel, o carro voltar a ser um carrinho de plástico, o patinho voltar a caber no bolso e as cores desparecerem lentamente na memória... E o menino suspirava:
- Amanhã tem de novo, de novo!


*Por Juliana Gonçalves. (Plágio é crime)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Alguns livros de saudade.

Ele estava bem na minha frente, com seu cabelo grande e todo despenteado, mas mesmo assim ele conseguia ter a aparência mais incrível que meu coração nunca poderá ver em outro rosto. Ele tinha alguns livros em suas mãos, molhados, de tanta chuva que escorria de teu rosto para o livro, pingos que caiam como devoradores ferozes nos livros e quando chegavam lá, na pagina escolhida transformavam-se em lágrimas, lágrimas que viriam a cair dos meus olhos.
Ele já nem ligava para chuva que caia, constantemente e sem trégua, ele apenas me puxou pelo braço e me levou ao um lugar seco, me abraçou, para que o frio deixasse-me em paz. Eu estava radiante em estar ali, afinal éramos apenas eu e ele, naquele lugar seco, porém perfeito para o nosso amor.
Na calada da noite, onde já não se ouvia latidos, ali seria iniciado todo sofrimento de uma garota, no caso eu, que estava crente que amor era aquilo que exatamente vinha acontecendo conosco, todos esses anos. E ele inicia, inicia calmamente:
- Preciso falar com você e é serio.
Eu não tive resposta apenas sentei em uma pedra, olhei para o rosto dele e a primeira coisa que reparei foi seus olhos, olhos azuis, como o mar, um mar que não existia em lugar algum, apenas em meu sonho. Assim ele continuou seu assunto que no momento, me parecia um assunto sem muito conteúdo:
- Vou me mudar e sendo assim tenho que terminar essa nossa historia, antes que nós dois sofra mais com a saudade.
Meus olhos enchiam daqueles meus pingos de cristais, cristais que machucavam meu coração, mas enfim tive uma resposta:
- Como se a saudade fosse sair do meu coração, com um simples adeus.
Ele sentou em outra pedra, olhou para o nada e como sempre abaixou a cabeça e mexeu em seus dedos, calado, preparando uma resposta que não me machucasse mais do que já estava e eu? Eu estava quieta, com um dos livros que ele carregava consigo, com algumas lágrimas. (Aqueles pingos de cristais que machucam).
Demorou alguns instantes até que ele tirou seu cigarro molhado do bolso, acendeu, não fumou, apenas ficou olhando e disse a ultima frase e saiu, sem esquecer-se de dar-me o ultimo beijo, o beijo do adeus. Quando ele se foi, eu abaixei a cabeça, peguei os livros e fui embora, sem ao menos tocar-me que a chuva havia dito adeus e que nosso amor já havia terminado na hora em que ele havia dito adeus.
"O adeus sempre machuca, mas encontrar seu grande amor e o mesmo lhe tratar como uma amiga, não machuca, faz cristais dolorosos rolarem de seu rosto" (Juliana Gonçalves.)

A última frase depois do cigarro molhado:
- Nosso amor acabou, mas antes pegue estes livros, leia-os e antes que você os termine, lembre-se que sua saudade ficou em paginas passadas.