sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Marcelo. - Prólogo

Eu vim subindo a rua, alargando a gravata do meu pescoço, tirando o pouco do gel que ainda restava no meu cabelo cortado milimetricamente e perfeitamente certo, eu subi como todos os dias frustrantes que ando tendo, sem nenhum emprego em mãos, sem dinheiro. Cheguei ao prédio onde moro e já era tarde, muito tarde. Tirei os sapatos apertados no elevador mesmo, – elevador, eu mal posso pagar meu aluguel e ainda ando nesse elevador... O elevador parou no segundo andar, ainda, bem, ainda não era o meu andar, entrou bastante gente, principalmente as velhas fofoqueiras do segundo andar, me olharam com cara de desprezo, elas, bem, elas tinham razão de me olhar assim. Cheguei ao meu andar, abri a porta do meu apartamento, – meu apartamento, grande ironia. Abri e meu cachorro subiu em cima de mim, como todos os dias e depois ele foi dormir, eu liguei a TV e fiquei lá, repensando o que teria sido da minha vida se eu não tivesse largado minha esposa e minha casa confortável, mas não adianta agora já estou aqui, mesmo com as dificuldades que eu ando enfrentando, não adiantava continuar lá, não havia mais amor, não havia mais desejo, não havia mais nada. E agora, agora eu moro em um apartamento infiltrado, com meu melhor amigo... Um cachorro velho na verdade, sem dinheiro, sem emprego, mas pelo menos aqui, eu procuro a felicidade do meu jeito torto. Mesmo que isso demore, mesmo que isso demore...

Por: @juugs_

Marcelo:00

4 comentários:

  1. Adorei! Estranho, monótono e intrigante ao mesmo tempo. Parabéns Ju!

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  2. Parece ser bem interessante, já estou curioso pelo primeiro capítulo!
    Beijão

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  3. Carol: Obrigada, eu também achei, eu acabo vivendo no meu mundo surreal e invento esses caras estranhos. rs rs rs. :D


    Yama: Bom, eu vou tentar conseguir continuar. rs.
    Beijos.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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