quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um golpe de mestre.

Ele estava tentando durante 3 meses “ficar” comigo pela primeira vez, – até eu teria desistido, mas ele sabia que a persistência era o ponto ápice para me conquistar. Eu sempre fugia das conversas com ele, não me importava, mal olhava para ele, afinal eu não queria me apaixonar por medo de machucar, – eu olhava para ele, quando ele não percebia (Criancice minha, tamanha tolice em vão)
Ele me deu o primeiro beijo em um sábado nublado, um beijo roubado, daqueles que faz uma mulher ficar tão surpresa que ela acaba se rendendo aos encantos. Eu olhei para ele assustada, eu não esperava tal façanha, tal armadilha, eu sabia que ele estava a ponto de me conquistar, mas aquele foi seu golpe de mestre, eu não esperava tocar seus lábios desse jeito, ou pelo menos não naquela hora. Eu lembro que perguntei a coisa mais tola e com cara de criança perdida e rendida diante daquele seu sorriso de quem tinha feito o plano perfeito:
– Eu não devia ter feito isso. – Eu disse em tom baixo.
– Você não fez nada. – Ele disse com aquele sorriso irritante que todo homem faz quando quer irritar carinhosamente uma mulher.
Como já tinha acontecido o mais improvável, eu dei um beijo por livre espontânea vontade, subi para o ônibus, ele também, eu desci no meu ponto, ele também e me deixou na porta de casa. Cheguei a minha casa, almocei e fiquei pensando que aquilo não deveria ter acontecido. E na verdade eu estava certa.
Passaram tempos e tempos, existia uma tamanha distancia sentimental (talvez esse motivo tenha levado ao termino), não se víamos, era raro, mal nos falávamos, ele trabalhava em um escritório, tinha suas reuniões e trabalhos externos do escritório, estudava a noite e chegava bastante tarde em casa, nós nos víamos de sábados, mas o foco era o curso, então mal namorávamos e a tarde nós conseguíamos um tempo ou ás vezes o telefone tocava e ele tinha a reunião de trabalho, – mais sábados conturbados para sair. Ele viajava demais, e no domingo, eu gostava de ficar com a minha avó e ele nas competições. Domingo, era tão raro de nós nos encontrarmos. A minha falta de ciúmes atrapalhou, não só esse relacionamento, mas outros de diversos gêneros também, eu não consigo ter ciúmes, eu confio cegamente nas pessoas e isso é uma idiotice, mas para ter amor tem que ter confiança. No meu ponto de vista.
E foi se desgastando, até irmos ao cinema como reconciliação, teve um ultimo beijo, que não sabíamos que seria o último, discutimos pacificamente e tomamos à dolorosa, mas sensata decisão de acabar nossa historia ali. Eu acho que foi o melhor a se fazer, foi sacrificante, mas foi melhor assim.

Tom Jobim, ás vezes não é tão fácil assim:
 Quando um coração que está cansado de sofrer, encontra um coração também cansado de sofrer é tempo de se pensar, que o amor pode de repente chegar. Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém e esse outro alguém não entender deixe esse novo amor chegar, mesmo que depois seja imprescindível chorar. Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar nas coisas do amor que ninguém pode explicar, vem nós dois vamos tentar, só um novo amor pode a saudade apagar.

4 comentários:

  1. Se ciúmes é prova de amor, nunca dei uma prova do meu.
    Eu adoro sua sensatez, o modo como você deixa tudo em seu devido lugar.
    Te mandei uma DM no twitter, há um milhão de anos atrás, e até hoje estou curioso, qual sua idade?
    Ótimo texto!
    Beijão

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  2. Ciúmes não é prova de amor, prova de amor é confiança mesmo que distante.
    Essa DM nunca chegou, mas eu te mandei uma DM com a resposta, quando vi aqui.
    Obrigado, fico feliz.
    Beijos.

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  3. Que sacanagem! rs rs rs Ow, não recebi essa DM também. Acho que o twitter anda nos sacaneando!
    Beijão

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  4. Jura? HAHAHA. Super legal esse twitter. Sacanagem, viu. HAHAHAHA
    Beijos.

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