Disfarçamos.

E me agarrou pela cintura, sumiu o olhar de colega, sumiu o sorriso de amigo.
Não tive reação, nem sequer esbocei qualquer palavra.

Me beijou.
Empurrei.
Silêncio.
A conduta havia sido quebrada.

Chegou uma amiga, disfarcei, disfarçou. Disfarçamos.
Meu semblante era de irritação, estresse. Estava brava, talvez eu esteja brava neste momento escrevendo essas coisas todas.

O pior é que sempre admirei esse estilo de conseguir as coisas de maneira surpreendente. Afinal é a única maneira de conseguir fazer com que eu acabe "ficando" [tenho vontade de deslocar meu maxilar quando escrevo isso] ou até mesmo me apaixonando por alguém. Essa é a razão de ser seletiva, chata e com uma bela de uma armadura, eu não gosto de coisas rápidas. Gosto de conversa, gosto de atitude, eu gosto de ter e perder o controle.

Mas naquele momento, neste momento, eu não tinha desconfiado de nada. Eu preciso de um sinal, preciso de alguma coisa que me coloque a par das coisas. No meio de trilhões de mulheres, meninas, garotas, fiquei espantada por ser comigo, sou chata, sou irritante e acredite em plena 5:00hrs da manhã, não sou a pessoa mais apaixonante ou simpática...  Na verdade, eu sou um porre, sou gentil, mas eu tenho meus defeitos e um deles é o que você odeia: sou caseira, amo ficar em casa. Amo programas calmos e tranquilos e você gosta de programas, que meus ouvidos não aguentam todo fim de semana e ainda vem com a seguinte proposta de que vamos dar certo.

Esquece isso. Não passaríamos de uma noite juntos, quanto mais de uma "tentativa".
Você é experiente, talvez se eu não estivesse assustada com sua ação inesperada, eu poderia "tentar", mas como o "tentar" nunca dá certo, fiquemos amigos.
Parece que foi ontem que conversávamos sobre seus problemas amorosos e problemas no "apimentar" do seu relacionamento, eu só queria descobrir quando a historia mudou de forma.